Cristina Monteiro

Nem sempre a vida foi fácil para mim, quando nasci no Brasil em uma situação financeira complicada vi meus pais trabalhando muito para dar apenas o mínimo para a sobrevivência, por isso logo aprendi que se eu quisesse ter alguma coisa eu precisaria lutar por ela. Foi assim, nas ruas de São Paulo, em tenra idade que comecei minha profissão de bater carteiras.

  Para me tornar uma ladra ainda melhor e tentar conseguir ganhar "prêmios" melhores eu aprendi a arte da discrição, mesmo andando em uma multidão conseguia passar desapercebida, mesmo com meu tamanho ou beleza, era a arte da furtividade. Sair das sombras, para um breve momento de luz e recuar para as sombras novamente. Desta maneira a minha eficiência começava a melhorar e jpa era uma bela batedora de carteira aos 12 anos.

  A punga era uma arte e cada vez a desenvolvia mais, claro que isso não me tornava rica nem nada, mas matava a fome e ajudava a comprar roupas novas, mas ao mesmo tempo não me dava nenhum tipo de significado ou perspectiva de vida.

  Foi nesse momento que conheci a capoeira, comecei a frequentar uma academia gratuita desta arte marcial e lá encontrava o que me dava alegria, com talento fui crescendo e desenvolvendo até que já era uma jovem promissora deste esporte magnífico. Foi ai que surgiu minha iajem para a Coréia do Sul, onde faríamos uma exibição em Seul.

  Com a chance desta viagem não só agarrei com força, pois infelizmente o Brasil não me dava o que eu precisava, que viajei a esperança de conhecer uma terra melhor e com mais oportunidades, então foi lá que me apaixonei pela primeira vez por um lugar. Primeiro porque as carteiras eram mais gordas e segundo que as chances de vida eram realmente melhores, sonhos poderiam ser abertos.

  Meu professor recebeu uma proposta de ficar no país, abrir uma academia de capoeira, o que ele aceitou e conversando com meus pais e explicando a situação, ao 15 anos acabei por ficar na Coréia como professora auxiliar de capoeira, claro que só poderia trabalhar meio período. Mas dava dinheiro para me manter. Com um roubinho aqui e ali era até possível aproveitar bem.

  Foi então nesse intervalo de tempo que conheci um outro brasileiro, ele era quatro anos mais velho, seu nome era Luca, poderia dizer que fizemos uma bela amizade e ele me ensinou como manejar e utilizar uma adaga, ele disse que eu precisava aprender a me defender, não dei muita bola, mas aprendi com o principal intuito de manter a amizade. Luca vem desde então sendo um bom companheiro.

  Mas os anos passaram e ao 17 anos entrei em uma faculdade, então me mudei para um grêmio estudantil onde alugava um quarto com banheiro, a cozinha ainda era comunitária. Na faculdade entrei no clube de ginástica e lá treinava em especial acrobacias, o que achava incrível e tinha facilidade por causa da capoeira que deu uma bela base para isso. Como amo esportes logo fui me desenvolvendo mais e mais até o dia que minha vida mudou...

  Fui para a Associação Coreana de caçadores, lá eu precisava tirar as dúvidas sobre o que estava acontecendo comigo, pois logo vi que havia sofrido melhoras incríveis na minha forma física e intelectual, algumas coisas ficaram ainda mais claras na minha vida e meus sentidos estavam muito maiores.

  Então realizei o teste e para minha surpresa eu havia me tornado uma Hunter Class B, o que chamou muita atenção das pessoas a minha volta, voltei para casa antes de arrumar alguma confusão e buscava entender meus poderes, que pareciam complementar algumas de minhas habilidades.

  Entretanto, entrando no mundo dos Hunters, descobri que pessoas com o meu talento já poderiam desfrutar de uma qualidade de vida bem melhor que uma carreira poderia me dar, era hora então de realmente começar a minha vida.