Fin'ha cresceu em um orfanato depois de seus pais terem morrido em um incêndio criminoso por motivos desconhecidos a ela. Apesar de órfã, sua infância foi bastante comum até certo ponto, se divertindo com as outras crianças do orfanato, brigando com outras… Normalidade. Pelo menos foi assim até que a primeira família decidiu adotá-la. Pra ser mais exato, um viúvo já nos seus 50 e poucos anos que tinha seus olhos atraídos até a pequena garota devido a coloração de seu cabelo que se destacava bastante perante as outras crianças, além de sua beleza natural que também não era pouca. Tudo ocorreu bem no primeiro mês e, devido as regras de adoção, este primeiro mês é apenas um teste para ver se a criança se adapta a nova família. O viúvo era gentil e tentava ensinar e responder a maioria das dúvidas que a garota tinha e pouco a pouco ela ia se afeiçoando ao senhor, que sempre tinha um sorriso gentil no rosto.
Mas logo que acabava esse primeiro mês e a garota optava por permanecer com aquele homem, seu comportamento mudava bastante. Começava a ser mais invasivo no espaço pessoal da garota, ela também parecia estar sendo observada o tempo todo até em lugares que não deveria como no banho. Sentindo a estranheza e pelo receio, tentava contactar novamente o orfanato, mas por algum motivo eles não pareciam atender ou simplesmente ignoravam as tentativas da garota. Com o passar do tempo, fingindo não ligar para aquela situação Fin'ha começou a elaborar um plano para fugir daquela casa, coisa que não seria possível normalmente devido a vigilância constante que o velho mantinha e, nas tentativas anteriores, ele acabava enfurecido e havia até mesmo ferido Fin'ha dizendo estar "protegendo" ela do mundo.
Mesmo que tentasse, não conseguia pensar em um plano efetivo e o desespero passou a lhe consumir, perdendo as esperanças de que algum dia conseguiria fugir daquele inferno. No dia que o senhor parecia não aguentar segurar mais seus desejos obscenos e avançava para a garota forçando a si mesmo nela, um gigantesco barulho vinha da porta da frente e logo em seguida um disparo. A garota estava com os olhos fechados e sentia um líquido quente e viscoso escorrer por seu rosto. Era o sangue daquele homem podre. Quando olhava ao redor para tentar entender o que havia acontecido, era sacudida por um jovem, poucos anos mais velho que ela, com farda do exército que lhe perguntava com um tom de desespero e preocupação se ela estava bem. Ainda em choque, Fin'ha, agora com seus 17 anos, demorava um pouco para responder e mesmo assim não conseguia formular palavras e apenas acenava com a cabeça.
O homem se apresentava como Dolivan, um oficial de baixo escalão do exército e contava a história de como havia chegado até ali enquanto encaminhava a garota para o hospital. Aparentemente o senhor e o orfanato era apenas uma fachada para uma rede de aliciamento de menores que envolvia até mesmo alguns figurões do exército, inclusive aquele senhor que era um tenente aposentado. A ruiva mal prestava atenção nisso tudo, ainda atordoada com tudo que havia ocorrido. No hospital, ela começava a brilhar e assustava as enfermeiras e médicos que por ali estavam, mas era apenas seu despertar, que não poderia vir em momento mais oportuno. Depois de fazer alguns exames ela era liberada e parecia agora ter uma nova determinação, um objetivo de vida: Não deixar que injustiças como a que lhe aconteceu caísse sobre mais ninguém próximo a ela. Apesar de ter despertado como Rank S, não tinha experiência alguma em combate e pedia ajuda para seu salvador, que entendendo o lado da garota e aproveitando-se do fato de que também havia despertado, ajudou-a treinar.
Para surpresa dos dois, a garota parecia ser algum tipo de gênio combatente, talvez estivesse no DNA, nunca soube muito bem o que seus pais faziam mas sempre soube que eles eram "Poderosos" de alguma forma, só não sabia exatamente pelo que ou porquê. O fato era que a ruiva dominava com maestria praticamente todo o tipo de arma que era lhe apresentada com uma rapidez incrível e, junto de Dolivan que depois da confusão toda abandonava o exército para proteger a garota, rapidamente caíram nas graças de diversos caçadores. Devido a sua beleza estonteante, vários caçadores eram praticamente fã da ruiva, que não tinha medo de compartilhar sua história e acabou ficando conhecida como "Fênix Escarlate", aquela que renasceu com o despertar para um futuro brilhante. Mas não era somente pela beleza. Ela ajudava todo e qualquer caçador que estivesse em perigo, assim como qualquer outra pessoa na verdade, se tornando um bastião da justiça e honra onde aqueles perdidos na vida poderiam se espelhar. Diversas vezes colocava sua própria vida em risco para isto e, por mais que a maioria dos monstros não fosse de fato lhe machucar devido a seu rank, ainda era um ato bem altruísta e Dolivan estava sempre junto, protegendo aquela que protege a todos. Os dois resolviam criar uma organização para aqueles que, assim como eles, também queriam viver com honra e compaixão, sendo sempre justo e sensato em suas ações. Assim nasceu a Knights, uma guild onde qualquer um que faça parte é bem visto pela população pois sabem que um membro da Knights sempre será alguém em quem pode confiar e depender.
Infelizmente para o casal, a medida que a guild crescia eles acabavam se afastando diversas vezes e, notando isto, Dolivan pedia a mão de Fin'ha em casamento. A garota não poderia ter ficado mas feliz e contente, pois também tinha os mesmos sentimentos por seu companheiro de longa data, contudo, recusava a proposta. Ela não tinha tempo para dedicar a um relacionamento pois sempre tinha alguém precisando de ajuda, alguém que necessitava da Fênix Escarlate. Dolivan já conhecia a ruiva a tanto tempo que imaginou que está seria a resposta, não chegando a ficar tão chateado assim e entendo seu lado. Mas as coisas não ficariam as mesmas depois disso. Pelos corredores da guild e onde quer que se encontravam depois disso acabava sempre ficando um climão onde um dos dois rapidamente inventava alguma desculpa esfarrapada para se retirar. Para os outros membros da guild e qualquer um próximo aquilo servia como alívio cômico em meio a todo trabalho que tinham, mas no fundo, todos sabiam que eles haviam sido feitos um para o outro.