Aventura
Aqui ocorrerá a aventura do Caçador Sarutobi Kenpachi Yamatsuo, a qual não possui narrador definido.
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Cap. 1- As lembranças da noite passada!
Veja, amigo… A vida não é fácil. O mundo vem passando por tantas mudanças nestes últimos 10 anos que fica difícil até de reconhecer o real motivo do porquê estamos vivos. Poderes incomensuráveis alteraram a dinâmica de atuação de todo o nosso Planeta - Enquanto portais cheios de monstros se tornaram uma realidade quase mundana, em uma Terra tão inexperiente e crua para lidar com coisas sobrenaturais assim… Mas, hey! Isso é a vida, né? E eu, Sarutobi Kenpachi Yamatsuo, sou só mais um peão no complexo tabuleiro de Xadrez no qual estamos fodidamente inseridos. Não se preocupe, nossa jornada será tudo, menos tediosa.
Acordei hoje um tanto quanto mais cansado que o convencional. A noite passada foi mais uma daquelas em que tive minha bunda surrada em um portal, junto de alguns outros caçadores Freelancers. Cara, eu não suporto mais essa vida! No começo, eu tinha tantas certezas... A certeza de que ficaria famoso, de que salvaria a humanidade desses monstros, de que limparia a mácula que paira como uma nuvem negra no meu sobrenome… Mas hoje todos esses sonhos parecem mais distantes. A realidade anda batendo duro, ultimamente; e a única coisa que me faz continuar seguindo em frente é a pura determinação de não poder desistir agora. De não poder permitir que o mundo escute o sobrenome “Kenpachi” e cuspa no chão. Não… Isso eu não permitirei.
Me levantaria de onde estivesse, arqueando as costas em busca de algum alívio momentâneo para as dores musculares que sentia. Caminharia pelo lugar e olharia por alguma janela, tentando espiar como estava o dia. O luxo passava longe de onde eu morava, mas já havia me acostumado com isso há anos. Procuraria algo para comer e, tamborilando os dedos pela tela do celular me dado pela JDSF, verificaria as mais recentes notícias. Procuraria principalmente por coisas relacionadas à Tóquio - Minha atual residência e também cidade natal.
Eu te confesso que já vinha com um sentimento fomentando no peito há um tempo, sabe? E independentemente do que eu visse naquela tela de celular, eu sabia que esse sentimento não iria embora. Não dá mais pra viver como Freelancer! Eu preciso de algum ponto de mudança, e eu sabia que a melhor forma de encontrar algo do gênero seria me afiliando a alguma guilda. Essa idéia, antes, me dava aversão… Pelo simples fato de achar que em guildas jamais veriam meu destaque individual, e, portanto, jamais teria o respaldo suficiente para cumprir meu objetivo de vida… Só que esse pensamento tem se provado tão errado! Afinal de contas, quantas e quantas notícias não vemos desses figurões que lideram Raids e forças de ataque? Hoje, ser membro de uma guilda transformou-se quase que em uma plataforma de publicidade… E cada vez fica mais claro, aos meus olhos, que eu definitivamente poderia me utilizar disso para acelerar o cumprimento de meus objetivos. Por isso, hoje seria o dia!
Ergui-me e me pus a fazer minha higiene básica para poder sair de casa. Chega de procrastinar! Hoje eu vou tentar entrar para a Draw Sword! Não há guilda de maior renome em todo o Japão, e se eu conseguir me destacar lá dentro… O que espera por mim? - Não existe outra alternativa… Tem que ser ela! - Pensei, apressadamente, tomado por uma quase euforia que a minha personalidade soturna punha em constante xeque - De qualquer forma… Não devo me animar demais. Preciso ser aceito, primeiro… - E logo meus batimentos voltaram ao compasso ritmado e calmo, no qual usualmente vivem.
Após seguir todos esses procedimentos básicos, pegaria minhas coisas e sairia de onde quer que estivesse rumo a alguma zona de recrutamento da Draw Sword. Priorizaria a mais próxima, mas se tivesse que ir até a Sede de operações… Que seja! Sem pressa! Tentaria, portanto, pegar um transporte público que tivesse uma rota inteligente e rápida; mas um clarão de pensamento surgiu na minha mente quase que como um estalo - Hey! Que tipo de impressão um Rank C como eu faria se chegasse lá sem ter ao menos uma arma própria? - Lembrei, com amargor, de como minhas armas de qualidade questionável haviam quebrado nas últimas Dungeon de formas tão sumárias que excediam totalmente minhas capacidades de conserto - Preciso passar em alguma loja antes e comprar algo, pelo menos, mundano…
Guiado por essa lógica, daria uma passada na Loja que melhor conhecesse. Aonde eu prontamente procurar um Arco de qualidade boa, mas não mágico. O dinheiro que havia sobrado das últimas dungeons não era, nem de longe, suficiente pra isso… Abordaria o vendedor tentando algum desconto, mas não faria uma cena caso não conseguisse. Ofertaria pagar então um preço justo que fosse acordado e, se não houvessem maiores problemas, seguiria minha viagem rumo à Draw Sword.
Se, em algum momento, encontrasse alguém ou alguma situação que pudesse atender a esses meus interesses, pararia para dar a devida atenção; interagindo com frases simples mas efetivas, como - Olá… Meu nome é Sarutobi Kenpachi Yamatsuo; sou um Ranger Rank C e desejo ingressar na Draw Sword… Poderia me dizer o que deveria fazer para conseguir isto? - Curvando-me, em cada pergunta, ligeiramente para frente em uma reverência respeitosa.
Última edição por Nagashi em 18/7/2020, 02:30, editado 1 vez(es)
Cap. 2 - A realidade do dia de hoje!
Heh, fazer compras no velho Hiro sempre traz uma sensação nostálgica a este velho corpo. É como reviver um constante ressurgimento da clássica figura paterna que já não tenho há tantos, e tantos, anos. Por isso o agradeci, de coração, enquanto lhe paguei os 100 keks acordados. Sem mencionar o quanto me diverte o fato dele me chamar de “jovem rapaz” sempre que me vê, mesmo comigo já ameaçando o meio-do-caminho para os 40. De toda forma, era inegável que o Arco adquirido – Agora em mãos – Trazia uma intensa sensação de confiança e segurança, que quase me fizeram querer acreditar que ele era, na verdade, mágico; e não apenas um item comum e banal.
Agradeço à essa sensação, pois foi ela que me permitiu encarar com firmeza a verdadeira pressão daquilo que se provava ser um mini interrogatório tecido por dois membros da guilda em que eu pretendia entrar – Sim... Eu não faço parte daqui... Ainda – Iniciei minha resposta direcionando as palavras àquele que parecia mais velho, que, depois, descobri se chamar “Moka” – Vocês têm todo o direito de serem seletivos. A Guilda de vocês adquiriu esse direito, e eu respeito isso... Mas é justamente por causa disso que eu quero... Não... Que eu preciso entrar! – A minha dificuldade natural com verbalização se fazia presente, não me concedendo a eloquência que julgava necessária para um convencimento puramente diplomático. Mas mesmo assim, eu não parava:
Eu tenho um... sobrenome a limpar. Uma dívida de honra a pagar com a sociedade... Com o Japão, em si! – Minha mão fechou-se no punho do arco, e eu começaria, neste momento, a liberar toda a extensão da minha aura, também. Sabia que esse era um dos meus pontos mais fortes enquanto Caçador! Já havia, durante minha trajetória como Freelancer, lutado lado-a-lado com Caçadores de Rank superior ao meu; e percebi que, por mais que perdesse feio em outros aspectos, tanto a minha reserva quanto o meu controle sobre a Mana estavam a par com os deles! Se eu quisesse entrar, precisava mostrar isso aos meus contratantes! Mas tomei o cuidado para que minha aura não carregasse nenhuma intenção ofensiva, apenas minha pura determinação. Não perdi o momentum e prossegui:
Eu não sei vocês, senhores Moka e Kuroba, como prefere ser chamado... Mas eu despertei no dia em que tudo isso começou... No dia que... – Não consegui entrar em detalhes mais específico, e talvez tenha sido melhor assim. Portanto, apenas cortaria e daria sequência – Eu sou um Caçador há 10 anos, e em 10 anos nada na minha vida mudou... Todo o dinheiro que eu ganhei, todas as vitórias que eu tive... Tudo foi anulado pelos prejuízos e derrotas... Tudo me deixou em um maldito empate eterno com a vida... E eu preciso de uma forma de mudar os pesos desta balança... Eu preciso de uma chance de fazer algo grande – Neste ponto, minha cabeça já se curvava tanto que estava quase tocando o chão.
Me testem! Me deixem provar com ações, ao menos! Eu não sei falar bem. Eu não sei ser carismático... O que eu verdadeiramente sei é... Matar monstros – Ergui a cabeça o suficiente para olhar nos olhos de ambos e verificar suas reações; o silêncio de minha parte ficando tão espesso que quase tornava-se palpável – Não precisam me pagar, se não quiserem! E eu estou disposto a apostar minha vida por essa chance! Tragam-me um termo de responsabilidade! Eu assino, libero a guilda de toda e qualquer responsabilidade sobre a minha morte... Apenas... Me deem uma oportunidade; e preparem-se para me contratar depois... Porque eu não vou falhar!
Agora, era o momento de esperar pelo resultado do que fora dito. Uma parte de mim estava esperançosa, e a parte menos otimista já pensava se seria ou não possível conseguir o mesmo objetivo em alguma outra guilda. De todo modo, havia feito o meu movimento no tabuleiro; e agora era a vez dos representantes da Draw Sword.
Última edição por ADM.Sky em 18/7/2020, 13:24, editado 1 vez(es)
Cap. 3 - Sem preocupações para o dia de amanhã!
Em todos os meus desgastados 33 anos, nunca antes havia experienciado um sentimento tão profundo e sincero de alívio. A assertiva do Moka, somada com o pequena montanha-russa de sensações provocadas pela negativa inicial seguida da chance dada a posteriori, me levavam à quase explosão de felicidade. Tive que gastar cada última gota de energia para me conter em uma postura solene e grata, curvando-me e dizendo o mais honesto dos – Obrigado, não vão ser arrepender!
Assisti a dupla se afastar, entre muxoxos e comentários que meus sentidos de Hunter não foram capazes de distinguir. Talvez estivesse excessivamente tomado pela adrenalina, ou talvez minha capacidade perceptiva realmente tivesse enferrujado ao decorrer do tempo; mas isso não me incomodava em nada! Eu havia conseguido! Uma chance de provar meu valor era absolutamente tudo que eu precisava. Eu iria aproveitá-la, ou morreria tentando! Finalmente havia encontrar uma rodovia pavimentada para quebrar o status quo e realmente começar a trilhar um caminho frutífero rumo à redenção de minha honra.
Repararia na indicação que eles haviam dado para o Dojo, e aceitaria humildemente a oferta. Duas horas era tempo mais que o suficiente para refletir sobre meus próximos passos e para aquecer esses velhos músculos cansados. Por isso, iria sim para o local de treinamento; e, lá chegando, removeria os meus calçados. Após deixá-los apropriadamente recolhidos num cantinho, faria uma curta reverência antes de entrar no local. Apanhando o celular, o colocaria em modo silencioso com vibração, e configuraria um alarme com 1 hora e 45 minutos de duração – Só para não correr o risco de perder a hora... – Colocando-o, em seguida, dentro do bolso interno do meu Kimono habitual.
Quanto aos já presentes, tentaria não encarar muito o que estavam fazendo; mas a curiosidade é uma desgraça, né? Óbvio que eu daria uma olhada rápida para notar traços peculiares e rostos, mas nada muito invasivo. Iria para um lugar mais vago e começaria, então, a fazer alongamentos dos mais diversos tipos. Sendo um Arqueiro, mobilidade e flexibilidade eram de primordial importância; características em par de importância até mesmo com a necessidade de uma boa mira. Após isso, caso houvessem locais específicos para a prática de tiro, lançaria algumas flechas de mana com poder propositalmente reduzido; apenas para ir exercitando gradualmente a mira. Tentaria fazer o meu melhor, pois imaginava que a curiosidade também invadiria o coração dos meus colegas, e, caso eles espiassem, gostaria que vissem a melhor versão de mim que eu pudesse ser.
Na hipótese de ser abordado por algum deles, rapidamente me viraria com um semblante sério mas convidativo – Oh! Ohayo Gozaimasu! – Curta reverência – Muito prazer, eu me chamo Sarutobi Kenpachi Yamatsuo, Atirador Rank C... Os senhores Moka e Kuroba me permitiram o uso deste dojo até a saída do próximo grupo de Dungeon em... – Checaria o horário, removendo o celular do bolso – X horas... Todos vocês por acaso estão nessa, também? – A minha etiqueta e carisma natural eram, ambos, falhos; mas o sentimento era genuíno; e não mudaria o tom mesmo se os tais companheiros fossem agressivos ou mal-educados. Tudo que eu não precisava era criar um caso de primeira. Preciso entrar na guilda, depois me dou ao luxo de impor algum tipo de respeito...
Estava, portanto, traçado o plano para preencher o espaço temporal de duas horas. Assim que o alarme tocasse, recolheria todos os meus aparatos e voltaria fazendo a mesma trajetória rumo ao local combinado, aonde me recostaria em uma das belas cerejeiras e apreciaria as lindas pétalas coloridas. Assim que surgissem novas demandas, minha atenção voltaria e estaria totalmente focada em seguir todas as determinações e absorver o máximo de informação possível.
Cap. 4 - Novos Amigos?!
Ao ver a surpresa do rapaz, tentei emendar imediatamente – Por favor, jovem... Não entenda errado... Ele não me indicou, apenas permitiu que eu usasse o Dojo! Eu... Não tenho indicação alguma – Um pouco de vergonha ameaçou surgir, mas foi suplantada instantaneamente por puro orgulho. Oras, se eu havia conseguido estar ali – Um lugar aonde, no meu Rank, normalmente só se chega com indicações– Sem uma, eu não deveria, na verdade, estar completamente orgulhoso?
Frente a um duelo, alguém que segue o Bushido como conceito de vida, assim como eu, não deveria recuar. Por isso foi tão difícil dizer o que eu acabei dizendo para o jovem. Tão difícil quanto, de fato, necessário.
Você me superestima, caro amigo... Benu, não é? Bom... como o senhor Touga disse, nós não devíamos correr o risco de nos atrasarmos por causa de um kumite... Além do mais, eu sou um arqueiro, vê? – Exibi ao rapaz meu arco, com um gesto -...Diferente dos tipos lutadores, como os senhores, eu não consigo moderar com precisão a força dos meus disparos... Consegue ver como é muito difícil lutar de uma maneira amigável assim? Mas que tal experimentarmos um dia, com um Healer de prontidão para nos ajudar? Seria um prazer testar minha força contra o jovem mestre! – Uma reverência honesta fora feita no final, esperava que fosse bem recebida; pois havia gastado ali mais do que o dobro da minha disposição vocabular.
Sugiro que caminhemos até o local de encontro juntos, e esperemos lá – Voltava da reverência, tentando fortalecer os vínculos de amizade com ambos os jovens – Durante esse tempo, podemos conhecer as habilidades de cada um, que tal? Como Freelancer, sempre era importante saber o que cada um de nós podia fazer antes de sequer entrar na Dungeon... Não deve ser tão diferente assim numa guilda, né? – A frase era dita com tranquilidade e lógica, enquanto procurava algum alvo naquele dojo de treinamento em que eu pudesse atirar para aquecer a mira e demonstrar visualmente meu ponto.
Se encontrasse, faria três disparos buscando o ponto mais central. Um reto, e dois fazendo curvas e mudando a trajetória das flechas de mana no processo. Havia aprendido que controle de mana era como um músculo, que precisava ser exercitado para ampliar a facilidade de acesso. 10 anos como Freelancer não foram inúteis, sabe?
Após os tiros, mexeria os ombros, satisfeito com qualquer resultado que tivesse obtido. Guardaria o arco em meu torso, passando um dos ombros por entre o braço da arma e a linha, e o encaixaria ali, repousando-o e deixando ambas as mãos livres. Esfregando-as, olharia pros colegas – Bom, essa é minha apresentação, como vocês podiam imaginar... Eu atiro. Eu tenho um tiro mais potente, também, que acerta vários inimigos de uma vez em uma área circular... Então pode ser que no meio de algum combate eu grite algum alerta ou coisa do tipo, pra que vocês não acabem sendo atingidos sem querer... Mas basicamente... É isso! – Me aproximaria dos dois jovens - E vocês? Ouvi por alto que você tem uma defesa monstra... E suponho que você seja mais focado na agressão? – Faria palpites bem educados baseado na fração do diálogo que havia pego sem querer.
Escutaria ambos, enquanto checava o celular. Assim que o período marcado de 02 horas ameaçasse findar, apressaria os colegas para irmos indo. A última coisa na face da terra que eu queria era jogar fora a importantíssima chance por causa de um simples desleixo. Caso tudo corresse bem, escutaria e seguiria instruções dadas para concluir o meu objetivo de, finalmente, adentrar minha dungeon-teste!
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