O Conto de Hayakawa Akinori I
早川空野黎の物語
Nos subúrbios da cidade de Osaka, dentro de um pequeno, porém aconchegante apartamento de apenas um quarto, um rapaz se encontra jogado sobre seu futon, com seus medianos cabelos sobre seu rosto em sono profundo. De forma abrupta, no entanto, um som ecoa por todo o cômodo; um barulho estridente, capaz de acordar a qualquer um. Este, vinha de um celular, ao lado do garoto, que levava sua mão quase que de maneira automática, para desligar seu alarme. Sentando-se, encara seus pés cobertos por um fino cobertor amarelo por longos 10 segundos, como se não soubesse onde estava, quem era ou como era. Logo, entretanto, não demorou muito para que o rapazote acordasse de seu transe e começasse a sua rotina matinal.
Hayakawa Akinori, após escovar os dentes e tomar um breve banho de gelado, vestiu uma calça moletom e foi direto para sua minúscula cozinha. Seu apartamento era bastante arrumado, mas não tão limpo — fazia uma semana que não varria sua casa. Uma semana desde que passou no teste da JDSF e descobriu-se como rank B. "Um rank tão alto... pra mim?", se indagava quase todos os dias, naquele mesmo horário, enquanto preparava os ingredientes para seu café da manhã: Tamagoyaki, Natto (soja fermentada) e uma pequena xícara de chá verde. Ligou a televisão no canal de notícias, para ficar atento à quaisquer surgimentos de portais enquanto cozinhava — sendo apenas possível por ser um apartamento no estilo americano. Normalmente preferiria algo separado, mas seu dinheiro, pelo menos por enquanto, não permitia que alugasse algo mais caro.
Sem mais delongas, levou seu café à pequena mesa de centro localizada na sala de estar e sentou-se sobre uma pequena almofada que chamava de "cadeira". Por conseguinte, passou a se alimentar enquanto assistia TV. Não demorou muito para que trocasse de canal. Em sua mente, realizou que não importava o portal que surgisse, deveria apenas atender às missões da associação. Não curtia muito a ideia de ser exclusivo da JDSF, mas achava melhor devido à remuneração. Ainda manteria o monastério de sua família, enviando uma pequena porção de seu salário para sua tia, esposa de seu tio desaparecido. De qualquer maneira, ficou assistindo qualquer coisa até terminar seu café da manhã e deitar no chão da sala, com a cabeça sobre a almofada, pensativo.
— O que vou fazer hoje...? — sem muito entusiasmo, tentava pensar em um plano para o dia de hoje. Imaginava que seria o mesmo de sempre, afinal, desde que entrou na associação, só ficou em casa, saindo apenas para comprar alguns legumes que faltaram durante a semana. Foi então que, como uma epifania, teve uma brilhante ideia: — Acho que vou visitar a associação...
Colocando suas roupas de ofício, isto é, seu terno padrão, com tênis 'all-star' que não combinavam em nada com o resto do traje, se dirigia a porta do apartamento, após lavar suas louças, claro. Amarrando seus cabelos bagunçados em um pequeno rabo de cavalo, girava a maçaneta e se dirigia à recepção, por onde sairia e seguiria caminho para a sede da JDSF, ali mesmo em Osaka.