[Evento Global] - A Reunião Anual do Hunter's Bureau!

Bom, dessa vez pelo menos eu e Sarah-senpai trombamos com uma pessoa mais normal, por assim dizer, diferente de Risa-chan que havia esbarrado com uma GM. Era um homem alto e loiro, seu nome era Raegar e ele havia puxado papo com Sarah-senpai. Não é estranho isso, já que Sarah-senpai é uma moça bastante bonita. Após ela me apresentar para Raegar, eu fiz uma reverência, me curvando, assim como nós karatekas fazemos antes de iniciar uma luta.- Prazer em conhecê-lo, Raegar-san.- eu sorria para o homem, que parecia ter uma certa dificuldade em pronunciar o meu nome, mas, não posso culpa-lo, nomes russos são difíceis de se pronunciar para quem é de fora.- Pode me chamar de Hanayama se quiser.- por fim eu estendi minha mão, obviamente para um aperto de mão com o homem.

Raegar-san dizia vir do Kansas, EUA e também revelava ser um Rank-E, o rank mais baixo dos caçadores. Apesar disso, ele parecia lidar com esse fato melhor que Sarah-senpai lidava com o fato dela ter despertado como uma Rank-D. Ele também comentava sobre os monstros das dungeons, que eram assustadores para os caçadores de ranks mais baixos, demonstrando ter uma grande experiência no que se referia as dungeons, diferente de mim, que ainda não fazia uso delas como um meio de ganhar dinheiro ainda. Era difícil pra mim largar o snowboarding e o karatê, paixões que eu tive desde criança e que até hoje eu ainda adoro praticar e competir de maneira profissional.

Por um momento, Raegar-san parecia se empolgar com o assunto e colocava as mãos nos ombros de Sarah-senpai, olhando-a nos olhos fixamente. Nesse momento eu preferi apenas observar, ainda que espantado. Será que ele se apaixonou por Sarah-senpai? Não é algo implausível de se pensar, já que pelo visto, seu rosto corado dava a entender um pouco disso. Eu apenas sorri vendo a cena. Ainda bem que Sarah-senpai aceita bem o contato físico, se fosse Risa-chan, provavelmente ela estaria indo embora correndo daqui no momento em que ele levantasse as mãos para colocar em seus ombros.

Enfim, voltando ao assunto das guildas, eu devia comentar algo sobre com Sarah-senpai e Raegar-san, já que foi levado o assunto a tona.- Bom, como Sarah-senpai disse, a gente vai tentar entrar na guilda Draw Shield.- eu falava para Raegar-san, apontando para o estande. Como parecia que Sarah-senpai estava com vergonha de ir até o estande, eu decidi ir até lá e falar com o recrutador da Draw Shield.- Bom, vou tentar falar com eles rapidinho.- eu disse quando me distanciei dos dois.

- Olá senhora, eu gostaria de saber se vocês podem recrutar eu e mais três amigas para a sua guilda. Eu sou Rank-C, duas são Rank-B e uma Rank-D.- eu falei para a representante que estava no estande da Draw Shield. Apesar de não ter um interesse específico por aquela guilda, ela era comandada pela moça gentil que conversou com Risa-chan.- Infelizmente nós não recrutamos homens de nível inferior ao Rank-B, senhor. As garotas poderão entrar se quiserem.- a representante foi direta e até mesmo um pouco ríspida.- A-ah. Entendo, tudo bem. Muito obrigado pela informação.- com uma reverência, eu voltei para falar com os dois, meio cabisbaixo.

- Eu não posso entrar na guilda... eles só aceitam homens de Rank-B. Mulheres não tem restrição de rank para serem recrutadas.- eu falava tanto para Raegar-san, quanto para Sarah-senpai, meio sem graça. Afinal, que raios de regra é essa? Pra mim isso não fazia o menor sentido... se você tiver determinação para lutar, não importa o seu sexo, você deveria ser aceito pelas guildas.

Como em alguns momentos - cada vez mais frequentes - em que o frenesi por buscar algo diminuía, eu me via obrigado a confrontar o maior dos oponentes, eu mesmo. Era inegável que tinha certa inveja de todos ali, eles pareciam ter algo único, um brilho diferente que eu jamais teria e nem sequer fazia ideia de como ter. - Parece tão fácil… - Todos estavam juntos, conversavam, brincavam, alguns motivados por interesses pessoas, é claro, mas a grande maioria só querendo se expor e trocar alguma experiência.

Levantava e tentando não chamar atenção empurrava a cadeira contra a mesa e daria o fora dali. Tinha sido uma boa noite, ou mais o menos isso… Tinha conseguido o que queria que eram informações, mas lá no fundo a interação acabou fazendo falta. Ainda assim a frase de Louis August não saía de minha cabeça, repetindo como em um loop. - Há algo em nós que nos motiva a seguir em frente. - Talvez esse pudesse meu mantra de agora em diante.

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Localização: Hall
Interação NPC: Louis August III
Interação players: N/A
Relações: N/A
Ganhos:

Raegar acabava comentando mais algumas coisas sobre as fotos. De qualquer forma, os dois loiros se cumprimentavam, interessante ver que russos e americanos apesar de não se darem tão bem, acabavam se cumprimentando com facilidade e possuíam certas características, como por exemplo o cabelo, parecidas. A maior diferença entre eles era na língua, onde um custava a falar o nome do outro.

Como eu não sabia a intenção dele, acabei falando mais algumas coisas e informações novas acabaram chegando e me surpreendendo. Ele era um rank E. Quem diria que haveria alguém ainda mais fraco do que eu ali. Esse pensamento me pegava tão desprevenida que acabava me surpreendendo quando ele falou ser do Kansas. - Eu sou de LA. - Comentava em reação meio sem graça, não só por ter pensado mais em mim mesma no momento como não sendo a mais fraca milagrosamente, como por pensar que apesar de estar em minha terra natal, não possuía a menor vontade de aparecer por lá, na verdade estar literalmente do outro lado do país parecia pouco ainda. Não sei nem porque pensar em ranks importavam, mesmo ele sendo um rank abaixo, só de eu ser uma healer já o tornava automaticamente mais forte, eu não poderia fazer nada contra ele.

A conversa continuava e ele comentava sobre as guildas do Japão serem uma potência, eu não sei se isso era para me ajudar, só me fazia pensar que ranks baixos acabavam sendo ignorados com uma facilidade maior, ou que estes se tornavam peões com maior facilidade. - Sim, ser uma potência pode ser o problema na verdade comentava. - Comentava bem baixinho, quase inaudível para os dois que ali estavam comigo. Na verdade era incrível como Evgeny estava calado na presença de Raegar, imaginava um encontro de pessoas animadas de outra forma.

E pensava assim principalmente porque com o passar da conversa eu percebia que o americano era mais animado do que havia imaginado. E ficava ainda mais animado falando dos portais do que eu jamais estive. Segurando meus ombros ele me encarava e ia falando ainda mais sobre a injustiça que envolvia ranks baixos como os nossos.

Geralmente pessoas se enfureceriam com tamanho contato físico, mas o meu pensamento voou para outra direção muito mais particular. Aquele rank E na minha frente conseguia ser mais animados do que eu jamais fui sendo rank D. Isso dizia muito mais sobre mim do que eu desejava admitir. Já me indaguei mentalmente várias vezes sobre como eu reagiria se fosse outra coisa além de uma Healer... será que continuaria pensando que rank D é pouco? Estaria bem mais satisfeita comigo mesmo? Eu odiava tanto aquele fato que ver ele todo empolgado me fazia pensar quão errado era eu não gostar de ser rank D por simplesmente ser uma Healer.

A situação acabou mudando quando ele corando acabou soltando meus ombros e pedindo perdão. Ok. Pervertido ele não é, na verdade era provavelmente bem mais tímido que o animadinho ao meu lado. - Ah... sem problemas. - Falava meio sem graça por ver como ele ficara corado com a situação. Evgeny, sem perceber completamente a situação, acabava falando que ia na guilda olhar como era o processo e me deixava sozinha com Raegar que comentava por fim o que ele queria dizer, só que de maneira mais simplificada. - Infelizmente é a realidade. - Comentava com ele. - Para eles podemos acabar como meros coletores de cristais de mana. - Isso me lembrava uma pequena teoria da conspiração que vira na internet uma vez. Que alguns ranks S acreditam que não deveríamos nem nos preocupar com fechar portões menores, para salvarem a humanidade quando os monstros saíssem e assim ganharem mais fama. Acho a ideia completamente absurda, mas também não duvido que exista um doente ou outro que realmente pense assim.

Quase como se complementando a minha fala e a de Raegar, Evgeny voltava bem rápido na verdade. Será que o processo era tão fácil assim? Na verdade era exatamente o contrário. O animadinho comentava que não seria aceito na guilda porque era um homem de rank C. - O QUE? - Indagava em voz alta não acreditando naquela loucura. - Que absurdo é esse? - Perguntava para Evgeny mais baixo, mas ainda alto perto dos padrões que estavam a nossa volta. Aquilo não fazia sentido para mim. Balançava a cabeça um pouco, virando a cabeça para o lado da guilda que Evgeny havia ido, depois para as outras guildas. Como alguém poderia ser tão legal com a minha prima e tão babaca com outro? Só porque ele era homem? Que pensamento idiota era esse, é só uma pensamento idiota de que mulheres são superiores?

Com aquilo, eu simplesmente apagava a presença de Raegar um pouco de meu lado, falando quase que exclusivamente com Evgeny. Apesar de ainda comentar até o nome de Raegar em minha fala. - Quer saber. Minha irmã estava certa. Raegar está certo. - Sentia eu ficando nervosa com aquilo de novo. - O mundo é injusto, muito! - Falava bem alto aquela parte, mas conseguia abaixar muito o tom quando continuava. - Quer saber Evgeny. Vamos fundar a nossa própria guilda. - Falava para ele no puro impulso. - Onde todos possuem a mesma importância. E daí que pessoas de rank E, D e C são mais fracas? São as que mais vão em portais também. Não é porque alguém é mais forte que é mais importante para o mundo do que outra pessoa mais fraca. - Falava, no começo o tom era ainda controlado, mas ia sentindo que o tom ia subindo aos poucos enquanto falava. Sentia raiva. Pela primeira vez por ser de rank baixo e não por ser Healer. E não porque não podia lutar contra monstros mais fortes, sentia raiva porque não podia bater nos idiotas que desprezavam os "inferiores". O espírito de desejar estar no controle de mim mesma era forte, fugi de meu pai por isso, não posso me prender em uma guilda que profere palavras desse tipo para Evgeny.

- O que é isso, cara?! - Exclamei ao notar que o sujeito ia virar para mim sem ao menos se dar ao trabalho de erguer as calças. No reflexo eu tratei de trocar para a câmera frontal para evitar que vazasse um nude na Live e eu, consequentemente, viesse a ser banido da plataforma. Ao ser pego numa situação tão constrangedora o cara buscava desesperadamente se explicar, até que no meio de seu nervosismo as coisas se complicavam ainda mais ao ter sua calça rasgada.

- Calma meu parceiro, calma. Pelo visto você fala coreano também, certo? Bom, não custa nada ajudar um compatriota. - Disse enquanto olhava para o ago e notava a chegada de Masques e um sujeito desconhecido. - Não acham, gente? Temos que dar uma força para esse coitado. - E com isso tentaria convocá-los para essa missão, já que seria melhor com mais gente pensando em como resolver aquilo.

- Como podemos arrumar uma calça do nada em um evento desses? - Trouxe a tona tal questão para ouvir a opinião daqueles que me acompanhavam. Dei uma olhada no chat da live para ver as sugestões do público também. - "Rouba de um mendigo" Aí não cara. "Pega de um dos túmulos, eles não precisam mais mesmo" Meu amigo... Que caras doentes. - Com isso desisti de ver o que eles mandavam. - Bom, se a rapaziada do chat puder mandem uma calça aqui pra festa. O endereço é... - E dei uma olhada no Google Maps para compartilhar com eles minha localização. Seria uma forma de resolução caso os planos presenciais não dessem certo.

- Agora, quanto a vocês aqui... Eu tenho um plano. - Fui até porta e deixei ela entreaberta ara ver a situação atual do evento. Logo de cara notei que o movimento no Hall havia aumentado bastante e a música começava a agitar o clima. - Perfeito. Eles começaram a festa. É o seguinte: Vamos duelar com um dos chefões das guildas para ganhar respeito e uma calça em troca da vitória. Eles podem ser fortes, mas no âmbito da dança temos chances iguais. Confiem em mim, eu conheço passos brasileiros incríveis. - Explicaria minha ideia para os sujeitos.

- Todos de acordo? - E estenderia a mão com a palma voltada para baixo, dando um clima de time para aqueles marmanjos que se reuniram no banheiro.

Wander Ley-Son: EVENTO: