[Evento Global] - A Reunião Anual do Hunter's Bureau!

Um evento como a Reunião Annual do Hunter’s Bureal não era apenas um evento para prestar homenagem aos que pereceram naquele dia que entrou para a história. Muitos vinham com a intenção de lamentar por aqueles que se foram – fossem estes heróis ou vilões – porém, também é inquestionável que o evento também é um local para estabelecer relações pessoais e de negócio. Mesmo caçadores de Ranque S precisam prestar atenção aos seus movimentos, a menos que queiram causar problemas entre guildas, territórios e até mesmo nações – portanto, este evento também é uma boa chance para eles interagirem entre si sem os olhos do mundo pairando sob eles. Evidentemente, o evento também servia de oportunidade para aqueles com ranque mais baixo se destacarem, estabelecerem relações e serem convidados a adentrar uma das melhores guildas do planeta – além de terem a chance de interagir e trocar experiências com pessoas de todas as nacionalidades e habilidades. 

Porém, Byul parecia não se importar nenhum pouco com isso. Sua atitude exageradamente amigável, e sua quase que incapacidade de respeitar o espaço pessoal dos outros – levando a toques, socos leves e tapas nas costas – facilmente afastavam as pessoas. Além disso, era facilmente capaz de ver os detalhes mais profundos deste evento, e, especialmente, através dos sorrisos falsos e lagrimas de crocodilo. ‘Bem, com tanto que eu possa me divertir, quem se importa?’ Não estava interessado em políticas e esquemas sombrios – se alguém estava planejando dominar o mundo, ou o destruir, ele não estava nem ai e só queria aproveitar. Enquanto alongava seu corpo com movimentos exagerados e chamativos, deu uma boa observada nos seus arredores – vendo grupos conversando aqui e acolá, e imediatamente focou em sua audição. Para a sua esquerda, dois homens de meia idade estavam tendo uma discussão acalorada que lhe chamou a atenção. Por que? Porque ambos estavam usando emblemas de guildas familiares em seus peitos – um usava o brasão de tigre do ‘senhor fera’, e o outro o emblema de cavaleiro da Senhorita Chee. 

“Nós, Tigres Brancos, somos claramente superiores à falsos e hipócritas autoproclamados heróis da justiça.” Sua face estava avermelhada, sua faça bagunçada e seu tom alto e rude – claramente não estava totalmente são. “Se uns bastardos como vocês parecem de agir como heróis e seguissem a ideologia do senhor Gojo de aniquilação, nós teríamos menos perdas todos os anos!” O homem declarou, tomando outro longo gole de sua bebida. Suas palavras mal terminaram de ser ditas e o outro homem já rebateu. “O que diabos você sabe?” Aparentemente, a declaração anterior havia tocado em uma ferida, fazendo o homem se exaltar. “Se uns idiotas, cabeças de vento com vocês não fossem tão brutais e cabeças duras, nossa Senhorita não teria tantas preocupações e não teria que trabalhar tão duro para acabar com toda a injustiça causada pelas mudanças do mundo!” Byul não continuou a escutar, então jamais soube o que foi dito em seguida. Conflitos de ideologia eram interessantes somente quando as pessoas estão sóbrias e capazes de pensar adequadamente. Uma vez afetados pelo álcool, não importa o quanto discutam, jamais irão chegar a uma conclusão. 

Conversas como essa estavam acontecendo por todo o lugar, e enquanto que Byul não prestou muita atenção ele foi capaz de adquirir algumas informações. Primeiro que o Tigre Branco e sua guilda seguiam uma ideologia simples e perseguiam força absoluta, e segundo que a guilda da Senhorita Chee, os Knights, pregavam justiça e respeitavam honra e igualdade. Enquanto que não acreditava que uma guilda inteira fosse capaz de seguir uma ideologia única sem ninguém jamais sair do caminho, a ideia de se juntar a guilda da Senhorita Chee lhe era razoavelmente atraente. "Hm..." Ruminava, pensando no assunto, “eu nunca atuei no papel de um herói antes...” Evidentemente, sua razão não tinha nada a ver com honra, bondade e justiça. Deixando para pensar nisso depois, ele focou em outra coisa que havia atraído seu interesse.

Neste exato momento, as pessoas estavam começando a formar pares e começar a dançar – sorrindo umas para as outras. Alguns pisavam no pé de seus companheiros, e outros eram verdadeiramente graciosos e brilhantes, mas, todos pareciam se divertir a certa medida. Mesmo quando estava na escola, Byul nunca havia dançado com ninguém; quando havia eventos na escola seus colegas e outros alunos costumavam lhe ignorar em razão de seus olhos esquisitos e sua face sempre risonha. Sua mentora também não gostava desse tipo de coisa, estando muito mais interessada em ver as pessoas dançarem conforme a música dela do que dançar ela mesma (se é que se pode considerar isso, neste sentido, como dança). 

Dando um giro de 360 graus, Byul imediatamente caminhou em direção a primeira pessoa que viu sozinha – um homem de óculos com uma aparência elegante, seu cabelo era curto e bem penteado e ele estava, aparentemente, somente bebendo água. Byul nunca foi do tipo que pensa muito antes de agir, ou que age de acordo com os conformes e padrões sociais, então, ele imediatamente fez a pergunta que queria fazer com um ar alegre ao seu redor. “Você me daria a honra de ser meu parceiro de dança?” Ele fez exatamente como nos filmes, se curvando levemente e oferecendo sua mão – como um verdadeiro cavalheiro. “Eu estou honrado pelo convite, mas, infelizmente, não estou me sentido bem esta noite e terei de recusar.” Byul notou que o mesmo era verdadeiramente educado mesmo ao recusar, e que ao o fazer, também ajeitou seus óculos com seu indicador e sorriu levemente. “Ah...” Bem quando iria insistir, o sorriso do homem se tornou mais evidente, claramente passando a Byul a impressão de seria impossível e que não adiantava tentar novamente. Com seus ombros frouxos em frustração, e olhando para o chão, o rapaz pensou sobre o que havia feito de errado. ‘Talvez seja a forma como eu solicitei?’ Ciente de seus charmes, e portanto sem saber por que alguém recusaria, Byul chegou a estranha conclusão à qual chegou. 

“Oh!” Escutando uma voz vinda de suas costas, Byul instantaneamente se virou e usou seu plano número dois – se curvou levemente para frente, segurou as bordas de seu moletom branco – e ainda manchado de sangue – e levantou-as um pouco ao falar com a voz mais doce e inocente que era capaz, “o senhor graciosamente aceitaria se meu parceiro para esta dança?” Seus olhos estavam fechados, então era incapaz de ver com quem falava. Mas, pela vez, tinha certeza de que era um homem. “Não, obrigado.” A resposta franca veio voando como uma bala, atingindo seu coração em cheio. “Gaha~” Byul fez um gemido exageradamente dramático, levando suas mãos ao coração e abrindo os olhos para ver quem havia o recusado tão cruelmente. E, para sua surpresa, era uma face familiar! O chefe da máfia japonesa de anteriormente... o que tinha o nome parecido com Onsen... Oh, certo! Haeseon! 

“Pare de fazer piadas e vá brincar em outro lugar. Eu tenho certeza que você pode fazer qualquer garota dançar com você.” O homem balançou sua cabeça e gargalhou um pouco. Então, com um movimento rápido e suave, deu um peteleco na testa de Byul, o fazendo resmungar. Obviamente, Byul não estava realmente preocupado com a recusa, pelo contrário, estava pensando nas palavras do homem mais velho. Então o jeito certo era pedir para uma garota dançar com ele? Qual era a diferença? No fim, concluiu que humanos realmente complicavam as coisas ao delimitar, tão estritamente, os papéis dos gêneros. Apenas queria se divertir, qual a diferença se era homem ou mulher? Enquanto Byul pensava, Haeseon passou por ele, e quando Byul se virou o mesmo estava conversando com o homem de óculos de anteriormente. “Swoo, você é realmente charmoso, huh...” Ao terminar, olhou para Byul e riu, “nem homens conseguem te deixar de lado agora.” Aparentemente, havia visto por completo a cena anterior. Byul, porém, não se importava. Abanando para os dois, decidiu continuar seus esforços. 

Foi então que chegou ao que budistas chamam de esclarecimento!

Por que tinha de convidar alguém, se havia um jeito muito mais fácil? 

Sorrindo, estendeu seu braço para uma direção sem ninguém e começou a circular a mana dentro de seu corpo. Algum tempo depois, a ativação da sua mana pareceu trazer uma leve brisa que o circulou, posteriormente se materializando em uma raposa humanoide. Uma Moon-Young selvagem apareceu! 

No momento que a mesma se fez presente, Byul imediatamente sentiu olhares afiados e poderosos serem direcionados a ele – e com certeza não era os participantes do evento. O rapaz tinha certeza de que aqueles que lhe observavam eram os responsáveis por manter a ordem e segurança do local, lidando com qualquer tipo de problemas ou lutas e conflitos desnecessários. Porém, sua intenção não era a de causar confusão. As coisas eram diferentes agora do que eram no passado quando ninguém queria dançar com ele, e havia alguém que iria, sem um traço de dúvidas, aceitar ser sua companhia. “Você daria a honra desta dança?” Dessa vez, não falou em um tom educado e elegante, solicitando em uma maneira verdadeiramente Byul-esca – brincalhona e sorridente, com olhos brilhando como estrelas. 

A raposa não disse nada e simplesmente aceitou a mão estendida a ela. 

Gargalhando com um ‘hishishi’, Byul fez o primeiro movimento – puxando Moon-Young mais para perto e começando a mover seus pés. Não estava muito preocupado em agradar quem estivesse observando, e sem se segurar, decidiu girar e rodopiar pelo salão – personificando seu espirito livre e sem preocupações na dança. Para ele, não importava se era um péssimo dançarino, ou se as pessoas achariam estranho alguém dançar com sua invocação; o sorriso em seu rosto e seus movimentos vivazes deixavam claro que estava se divertido, e isso era tudo que importava. Isto de lado, como poderia os dois não dançarem bem? Não era humanos normais e suas percepções do ambiente, de seus corpos e o controle sobre seus músculos estava em outro nível. Acima de tudo, um podia sentir os pensamentos do outro perfeitamente, os fazendo dançar em perfeita harmonia – combinando tão bem que aqueles ao redor precisaram parar para olhar, surpresos e animados. 

Naquele momento, os dois estavam brilhando.

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