[Evento Global] - A Reunião Anual do Hunter's Bureau!

- Amigo? - Devo admitir que me senti tocado ao ser chamado assim. Meus lábios se encurtaram diante de meu esforço em conter minha alegria e logo dei as costas para todos ali para me retirar do recinto. - Pode confiar, eu te salvarei. - Disse, saindo do banheiro como um verdadeiro herói.

- Xaropinho, vem comigo! Temos uma grande batalha pela frente. - Uma vez do lado de fora convoquei meu cachorrinho para que me seguisse. Retornei para o salão de festas com um objetivo claro em mente, mas antes de chamar de fato algum dos grandes caçadores para um duelo eu precisava tomar algumas providencias.

Comecei passando o olho pelo ambiente em busca do DJ até encontrar sua bancada. Me aproximei amigavelmente e, na pura cara de pau, saltei por cima de seu equipamentos para pousar ao seu lado e tomar um minuto de sua atenção. - Aê, parceiro. Vou ter um duelo de dança, se puder dar uma força toque essas músicas aqui quando for minha vez de dançar... - E então mostrei para o profissional as músicas na tela do meu celular para depois guardar meu aparelho no bolso da frente do blazer.

Com essa medida tomada, foi hora de seguir até o alvo de meu desafio. Não era difícil de achar os sujeitos importantes, já que eles eram o centro das atenções por onde passavam. Havia mais que um grande nome ali, mas um deles chamou mais minha atenção por conta da repetição de seu nome no chat de minha Live.

- Min Kaa-Jhun! - Ergui minha voz em meio à pista de dança para chamar a atenção não só do dito cujo como também daqueles que o rodeavam. Fui abrindo caminho e esbarrando naqueles que estavam entre nós. - Te desafio para um duelo de dança. Aqui e agora. - E continuei me aproximando, falando isso com extrema seriedade.

- Um duelo de dança? Com um cara travado que nem você? - Ele inicialmente debochava, mas ao perceber que minha proposta era séria ele largou o copo de bebida e se afastou daqueles que o bajulavam vindo em minha direção.

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- Você vai se arrepender. - Disse quando ficamos em frente um ao outro.

- Ah é? Pois pode começar. Menos palavra e mais ação. - E dei a chance dele ter o primeiro turno naquela batalha.

Ele se irritava com minha demonstração de confiança inabalável mesmo diante da sua presença marcante. Mas no fim ele apenas sorriu, entrando no clima das provocações daquela competição. - Então vamos ver se você se garante mesmo. - Ele apontou o dedo para o DJ e estalou os dedos com tamanha força que o som pôde ecoar mesmo no meio do som das músicas. O músico assustado acatou o pedido do rapaz e trocou a música para algo dançante.

Dança do rapaz:

E então ele começou a dançar com maestria um Korean Pop. Ao ver aqueles passos tão bem executados e ritmados eu engoli em seco em uma pontada de nervosismo. Confesso que nesse momento era difícil manter a postura de confiança, pois certamente nosso povo é conhecido por essas ótimas coreografias. Mas apesar de tudo, eu ainda tinha plena confiança em meu plano. - Eu tenho alguém contando comigo, não posso desistir. - Fechei os olhos e as imagens dos rostos de meu time passaram por minha mente, me relembrando o porquê de eu estar ali. E assim acompanhei sua performance até sua musica parar e eu ter o espaço para começar minha dança.

Eu não sou um especialista em dança e tenho plena consciência disso, mas eu não estava desanimado por conta disso. "Eu tenho um plano" Foi o que disse para meus parceiros, e isso era verdade. - SOM NA CAIXA, DIJEEEEEYYY!! - Dei uns passos para a frente, dei um pequeno pulo para já pousar no chão numa pose de começo de dança.

Retaliação:

E assim meu plano era posto em prática, com eu escolhendo uma música estrangeira para ser a base de minha dança. Como um conhecedor da cultura brasileira eu sabia bem o que aquele povo gostava de dançar e eu usaria isso como um complemento para agradar o público. Dito isso, deixei que a música fizesse parte do trabalho de cativar as pessoas enquanto eu espelhava os passos de dança que eu já havia decorado depois de tanto assistir a coreografia daquela música no YouTube. Nos minutos finais de minha performance passei na frente de meu oponente de braços apertos e chacoalhando a cabeça em uma clara provocação.

- Funk brasileiro... Tentar abalar o oponente com algo desconhecido. Estratégia inteligente. - Ele disse antes de apresentar sua réplica. - A não ser que eu também conheça esse tipo de dança. - E apontou pro DJ, pedindo mais uma música.

Me pegou de calça arriada:

- N-não pode ser... - Arregalei os olhos ao ouvir aquela melodia. Ele não estava blefando: Começou a requebrar como um verdadeiro brasileiro. Seus passos eram impecáveis e o público estava claramente gostando mais de sua atuação.

Minha confiança desabou e meu rosto logo começou a tomar a forma do desespero. Mas mais uma vez eu lembrei o que estava em jogo ali e recuperei minhas forças. Eu tinha que tentar até o fim, por mais difícil que fosse.

- Eu admito, você me pegou de calças arriadas. - Disse ao fim de sua música. - Acho que não tenho opção senão definir o ganhador através disso... - Com um rosto sério eu girei meus ombros e estalei meu pescoço, me preparando para o que estava por vir. - Vamos comparar a velocidade de nossa dança créu. De acordo? - Disse já apoiando as mãos nos meus joelhos e empinando a bunda.

- Vá em frente. - Ele aceitava prontamente, sem nenhum receio.

Que o mais rápido vença:

O DJ colocava a música e eu começava a mostrar meu gingado deixando que apenas o meu quadril se mexesse.  Min Kaa-Jhun me acompanhava, sem mostrar nenhum esforço. No começo estava tudo tranquilo, mas a partir da velocidade quatro estava começando a ficar mais desgastante e, para complicar, ao olhar para meu oponente eu não via nenhum resquício de dificuldade em seu rosto.

"DI JEEEEY, VELOCIDADE CINCO DA DANÇA DO CRÉEEEEEEEEUUUU" - A música anunciava o embate final.

Coloquei todo o meu esforço e malemolência para atingir a maior velocidade que meu corpo podia suportar. Era difícil de conter meus pés e me manter parado diante de tamanho frenesi, mas eu foquei toda a minha mente daquele único movimento de quadris.

E mesmo com todo o meu esforço, o All-Star me acompanhou sem nem mesmo suar. - Mais um tiro no pé, rapaz. Velocidade é a minha especialidade. - Ele sorria enquanto mostrava uma técnica de sarrada descomunal. - Mas devido ao seu esforço, vou te permitir ver isso... - E então seu creu ultrapassava a barreira da velocidade cinco e chegava a um patamar sobre-humano.

- Não pode ser... Isso é... A velocidade sete... Não, oito... Não, isso é imensurável... - Eu caí para trás devido à exaustão e à humilhação. Eu não tive chance alguma.

Wander Ley-Son: EVENTO:

Estava estupefato. Tudo que eu tentei não me trouxe sequer um vislumbre de esperança. Estava sentado no chão, assombrado pela habilidade extrema e incomparável que meu oponente demonstrara. Foi nesse momento que senti um puxão em meu ombro, como se algo me carregasse para fora do poço da perdição. Era Asura, tomando meu posto naquele duelo que eu praticamente já havia perdido.

- N-Não! - Tentei me colocar de joelhos para me erguer, mas a fadiga era tanta que voltei a cair. Desse jeito não consegui pará-lo. - Ele é poderoso demais, Asura! - Assim busquei fazê-lo mudar de ideia palavras, mas ele apenas me respondia de uma forma inspiradora antes de mergulhar naquele duelo. Um enorme peso me arrebatou o peito... Me senti comovido de imediato pelo seu sacrifício.

Mas o aperto em meu peito aumentaria ainda mais, pois aquela situação era deprimente. A gente poderia dançar por horas e ainda assim ele não teria nenhuma baixa em sua performance. Era triste ter que descansar enquanto via meu companheiro sofrer nas mãos do sujeito. Assim depois de um bom tempo retomando o fôlego eu puxei meu parceiro pelo colarinho, fazendo ele cair para trás para ter algum descanso e parar com aquele duelo sem sentido.

Por mais que eu quisesse continuar batalhando eu já estava sem gás, então me limitei a olhar para o sujeito com traços de irritação em meu rosto.

- Você admite sua derrota? Como pode ver, não tem como você ganhar de mim... - Ele disse, sorrindo enquanto demonstrava piedade de forma arrogante.

- Bom trabalho, Asura. Não é todo dia que se enfrenta um Rank S. - Eu larguei o rapaz deitado no chão para deixá-lo descansar e então lancei um olhar determinado em direção à Min Kaa-Jhun. - Desistir? Acho que você não está entendendo... Eu só sairei daqui quando te derrotar. - E então me forcei a ficar de pé para concluir minhas palavras. - Eu sei que não posso te derrotar... - Pontuei enquanto estendia meu braço para apontar com o indicador em sua direção - ...Mas ele pode. - E então soltei um assobio agudo.

Meu cachorro surgia de trás de mim, saltando para a pista de dança. - XAROPINHO! PROTOCOLO RABOLATION!! - E lancei meu comando. Essa seria minha última cartada naquele duelo.

Xaropinho tá como? PISTOLA:

E então o cachorro começou a cantar e balançar o corpinho felpudo ritmicamente e muito melhor que muito artista por ai. O chefe da guilda Fame podia ser um ótimo dançarino, ser bonito, ter um grande carisma, mas tinha algo que ele não poderia superar: A fofura e o talento de Xaropinho.

Minha jogada começou a dar frutos e meu cachorro começou a cativar o público e virar o centro das atenções. Isso abalava Min Kaa-Jhun, que sempre era acostumado a ser o queridinho da multidão. Ele até tentava rebater com suas performances e erguendo a voz, mas o povo já estava hipnotizado com meu aluno excepcional.

- E então? Você admite a derrota? - E então pouco a pouco um sorriso malandro surgia em minha face.

O rapaz suspirava e então acenava com a cabeça. - Sim. Mas o vencedor foi o cachorro, só para deixar claro. - E soltava um sorriso discreto, se divertindo com aquela situação.

- Há! Você acaba de ser derrotado ao vivo! - Tirei o celular do bolso do terno, revelando a existência da live.

Com essa revelação ele mantinha um sorriso social no rosto, mas era possível ver uma veia pulsando em sua testa revelando sua ira contida. Se não fosse para manter sua imagem pública, ele já teria me dado um cascudo ali mesmo. No fim ele apenas se aproximou de mim enquanto mexia no bolso em busca de algo. - Vou querer uma revanche futuramente... - Ele então tirava um cartão do bolso dele e me entregava, este que tinha um contato de celular. - ...Você é só um rank B, mas tem potencial. O que acha de entrar em minha guilda?

Me assustei com o convite repentino, mas decidi pegar seu contato e aguardar para tomar alguma decisão. - Desculpa mas ainda sou novo nesse ramo. Vou pensar antes de te dar uma resposta. - Disse gaguejando um pouco.

Ele pareceu decepcionado, mas aceitou minha vontade. Vi ele fazer menção de ir embora, mas antes eu o pararia para pedir meu prêmio pela vitória. - Espere. Tem algo que quero te pedir por essa vitória... - Disse, sem escolher bem as palavras para me expressar.

Ele ergueu uma sobrancelha, em curiosidade. - E o que seria?

- Uma calça. Quero uma calça. - Revelei meu desejo, sem enrolar.

Ele demorou algum tempo para processar aquela informação e quando entendeu o absurdo rompeu em uma gargalhada. - Você certamente é um cara estranho. - Ele então chamou a atenção de um dos funcionários e explicou a situação, o que o fez ficar de prontidão para me ajudar.

Wander Ley-Son: EVENTO:

Evgeny nos abraçava também nos dizendo que éramos fofas diante de nossa interação que ele havia presenciado. Ambos aceitavam a minha ideia de tirar foto com uma das pessoas importantes presentes ali, mas primeiro Sarah optava por procurar Risa que se mantinha desaparecida. Eles resolviam ir juntos enquanto me deixavam pensar com quem tiraríamos uma foto - Tudo bem, vou aproveitar para dar uma volta por aí diria em seguida.

Não me importava de ficar sozinha no meio daquela multidão no Hall e até gostava de passar um tempo comigo mesma apenas observando o andar das coisas. Conforme eles se afastavam retribuiria o aceno que o loiro dava, após isso buscaria por uma mesa com algo para beber e comer - Não vou sair daqui sem pelo menos  pegar um petisco dizia enquanto pegava qualquer coisa que estava sobre a mesa para comer.  Era nesse momento que Risa aparecia correndo em minha direção e se escondendo atrás de mim - Hello diria com a boca um tanto cheia ainda - O que aconteceu? terminava de engolir rapidamente e fazia o questionamento a ela.

Com isso poderíamos nos encontrar no centro do Hall com Sarah e Evgeny, a foto teria de ficar para uma outra hora já que o baile se iniciava - Vamos procurar pelos outros? perguntava - Eles devem estar te procurando ainda sorriria em seguida. Logo começaria a olhar para todos os lados buscando encontrar os dois - Com certeza não foram muito longe desta vez falava comigo mesma - Eu espero diria em seguida.

Spoiler: